Antídoto para zumbis / nós não podemos pedir isso (2025)
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Na seção sobre "termos improvisados" do "Ordens burras, versão catchorro" eu expliquei que eu iria me referir às pessoas que "não têm tempo" de ler nada e nem de abrir link nenhum como "zumbis"... e quando eu vi que o Walter tinha virado um zumbi também eu vi que a infestação de zumbis no PURO já estava muito pior do que eu conseguia imaginar, e passei a me referir a essa situação como "Apocalipse Zumbi". Será que existe um antídoto que faça as pessoas desvirarem zumbis?Eu atualmente tou achando que desvirar zumbi é dificílimo, e que a maioria dos nossos zumbis atuais só vai começar a desvirar zumbi - e só vão desvirar um pouquinho, só o mínimo necessário - quando os processos judiciais começarem a aparecer... e por enquanto tudo indica que eu só vou poder começar a abrir os processos quando o PAD terminar, e isso deve levar uns 10 anos - então os nossos zumbis ainda vão continuar sendo zumbis durante muito tempo. 1. Algumas mangasNa seção sobre "mangas" do "Ordens burras" eu expliquei - rapidinho - que "direito" e "crime" são mangas. Às vezes a gente a gente usa o termo "crime" como leigos: por exemplo, quando a gente diz "Isso é assédio moral! Isso é CRIME!" a gente está dizendo que uma coisa é errada, é grave, que ela encaixa na nossa noção de leigos de "assédio moral", e que ela merece denúncia, processo, punição e escândalo... mas às vezes a gente usa "crime" em outros sentidos bem mais estritos, como estes:
Tem uma fala do Fabinho em que ele usa o sentido 2 aqui. Eu já tentei aprender mais sobre esses sentidos mais estritos 1 e 2 do termo "crime", e quando eu conversei com amigos advogados eu vi que eu tinha entendido muita coisa errada... então vou usar o termo "crime" no sentido leigo mesmo. 2. Zumbis e crimesPra mim, que sou um leigo revoltado gritando coisas com pontos de exclamação no final, tem vários "crimes" no ofício da EP de 2023: tem acusações falsas, tem um "consoante decisão de Colegiado de curso realizada na data de hoje" que não bate com os relatos de pessoas que participavam das reuniões, tem danos morais que foram consequência desse ofício, e tem um possível agravante, que é esse aqui... Lembra que um argumento que a gente sempre ouve por aí é: "ele não só é concursado como ele passou num concurso pra uma universidade federal de renome". Isso é usado pra dizer "ele é super qualificado, ele sabe o que tá fazendo", e, por uma série de deslizamentos conceituais, isso às vezes acaba virando "ele tem autonomia total". Só que a gente espera certas coisas de professores universitários... algumas dessas coisas estão nas regras - tipo: ele não pode faltar todas as aulas - e outras estão só implícitas, como: ele tem que usar bons argumentos, ele tem que ser capaz de lidar bem com situações complicadas, ele não pode só dizer "é complicado", "não tenho tempo", e aí decidir qualquer porcaria que vai ter consequências péssimas...
Na minha visão - NA MINHA VISÃO, de leigo em Direito - os nossos zumbis estão cometendo crimes, e eles não conseguem nem mesmo reconhecer esses crimes e tentar repará-los, porque afinal eles "não têm tempo" de ler nada, de abrir link nenhum, e nem de pensar direito. Aliás, isso é um dos motivos pelos quais eu escolhi o termo "zumbis": se a gente diz pra um zumbi "Você comeu o braço do meu amigo! Isso é CRIME!" o zumbi só olha pra gente e continua fazendo os barulhos de antes: "nham, nham" - Não dá pra saber direito o quanto da responsabilidade dos "crimes" do ofício de 2023 é do CAEPRO, o quanto é dos alunos, o quanto é do coordenador da EP e o quanto é dos outros professores da EP. Pode ser que os alunos tenham sido convencidos pelo CAEPRO de que se eles inventassem acusações falsas coisas maravilhosas iriam acontecer, pode ser que o CAEPRO é que tenha resolvido fingir que as reclamações de 2022.1 eram de 2022.2, pode ser que o CAEPRO tenha decidido pressionar a coordenação, pode ser que a coordenação tenha pedido pro CAEPRO fazer mais reclamações contra mim... eu não sei. O que importa aqui é que num certo sentido os alunos, o CAEPRO e a coordenação "podem" cometer "crimes". Se "crime" é só o que já foi julgado até a última instância e confirmado por juízes que disseram "é crime sim", então acusações falsas não são "crimes" - eles só tentaram resolver um problema o mais rápido possível. 3. "Nós não podemos pedir isso"Eu já tentei dizer pros meus alunos coisas como "peçam pra coordenação me autorizar a abaixar o nível dos meu cursos", e eles sempre me respondem: "Nós não podemos pedir isso!". Pôxa, a gente sabe - e agora tá público e bem documentado - que a coordenação da EP quer reduzir a retenção, a evasão, e fazer com que mais alunos se formem mais rápido, e é bem possível que eles tenham pedido pra algumas pessoas do RCN - Etel Reginaldo, Antônio, Fabinho? - pra eles darem um jeito de aprovar alunos que eu tava reprovando... A gente sabe que a coordenação da EP, o CAEPRO e os alunos "podem" cometer "crimes" e podem encorajar uns aos outros pra cometerem "crimes"... desde que todo mundo consiga manter uma fachada de que está fazendo tudo direito, e os truque mais comuns pra manter a fachada é cada grupo alegar que confiou nos outros grupos, e todo mundo dizer que estava só seguindo as regras e que "não tem tempo" - o que, na terminologia que eu tou usando, são justificativas zumbis. Obs: o conceito de "fachada" - ou "face", em inglês - é incrivelmente útil. Eu aprendi ele num livro do Erving Goffman, que se chama "Interaction Ritual - Essays on Face-to-Face Behavior" no original e "Ritual de Interação - Ensaios sobre o comportamento face a face" na tradução pra português da Editora Vozes. Dá pra baixar esse livro da Libgen, e recomendo que todo mundo que pretende negociar com a coordenações e o CAEPRO leia o primeiro ensaio dele - "On Face-Work" / "Sobre a preservação da fachada". Então: se todo mundo "pode" até cometer "crimes", porque é que os alunos não podem pedir que a coordenação me autorize a baixar o nível dos meus cursos? Estranho, né? Na verdade eu tenho uma hipótese sobre porque os alunos acham que não podem pedir isso. Lembra que uma das coisas que mais me desespera é que uns 30% dos meus alunos de Cálculo 2 não conseguem fazer perguntas de jeito nenhum? O que pode estar acontecendo é o seguinte: toda vez que ocorre a eles uma proto-pergunta eles até tentam a encontrar a linguagem certa, o tom de voz certo, e as expressões faciais e corporais certas pra transformar aquela proto-pergunta numa pergunta, mas eles não encontram... o repertório de tons e expressões deles inclui muito poucos "modos de perguntar", e talvez só inclua as perguntas parecidas com as que eles vêem nos filmes, como por exemplo as daquelas cenas em que um aluno que não falava nunca em sala de aula faz uma pergunta genial, e aí o professor reconhece a genialidade dele e acaba dando um jeito dele ir pra Harvard... Pode ser - PODE SER - que a coordenação da EP seja uma "coordenação militar", e que sinaliza o tempo todo que não é uma "coordenação de chinelo", pra adaptar uns termos daqui... e que deixa claro que é óbvio que os alunos só podem falar com ela se for sobre os assuntos certos, com a linguagem certa, o tom certo, as expressões faciais e corporais certas, e nas horas certas - e os únicos assuntos certos são regras. 4. Zumbis grandes e pequenosEu gosto muito do termo "zumbis" porque ele sugere 1) pessoas com as quais é impossível a gente se comunicar e 2) que podem nos atacar a qualquer momento. Eu normalmente uso ele pra me referir aos professores que "não têm tempo" de ler nada e nem de abrir link nenhum, mas com certas adaptações ele serve pra descrever alguns alunos também. Vou me referir aos "alunos zumbis" como "zumbis pequenos". Imagina a seguinte situação. Eu tenho um monte de argumentos pra tentar convencer os alunos a fazerem perguntas, né, e volta e meia eu falo algum desses argumentos de novo nas minhas aulas, né, pra ver se a ficha cai... então imagina um aluno, A, que depois de um mês de aulas ele consegue fazer a primeira pergunta dele - "posso te mandar uma pergunta pelo WhatsApp?" - e ele não faz essa pergunta por WhatsApp, mas duas semanas depois ele consegue me fazer uma pergunta em sala, e partir daí ele consegue fazer outras perguntas sem tanta dificuldade. Esse é um caso bom... mas tem um monte de alunos que não conseguem fazer a primeira pergunta nunca, tem alguns alunos que um dia perguntam algo como "posso te mandar uma pergunta pelo WhatsApp?" e nunca mais conseguem fazer nenhuma outra, e na minha turma de Cálculo 3 de agora, de 2025.1, tem uns 6 alunos que fizeram C2 comigo e tinham aprendido todas as técnicas pra fazer perguntas boas e daí aprenderem as coisas rápido e não precisarem estudar em casa, e que agora viraram alunos que até aparecem nas aulas, mas ficam no cantinho e nunca perguntam nada... Tem umas coisas que deixam a gente paranóico, né... eu fico achando que esses alunos são zumbis pequenos, e que vários deles vão fazer reclamações/acusações falsas contra mim na coordenação assim que puderem... aí o que eu acabo fazendo é incentivá-los a reclamarem de mim na coordenação, porque aí pode acontecer algo como aqui, em que pelo menos eu consegui alguma explicação em termos que fazem sentido pra eles de porque é que eles não falam comigo... é fácil conseguir explicações que não ajudam em nada, como "ah, eles são viciados em TikTok e ChatGPT" ou "eles não brincaram no parquinho o suficiente", mas explicações que me ajudem a conversar com eles, ou com pelo menos alguns deles, são bem raras. 5. Antídoto para zumbisNesta fala do Henrique Sá Earp (RRPs) 6. O antídoto demora(Antônio, Fabinho, Henrique Sá Earp) |